terça-feira, 10 de junho de 2014

Carta de Despedida

O que acabei de fazer hoje não tem volta. 

Tudo foi planejado e executado com perfeição. Sem alarde, sem suspeitas. Não sei se ele percebeu. 
Perdão à minha família. Não vou mais ver vocês. Mãe, certa vez disse a você que estava saindo de casa pra mudar o mundo, torna-lo melhor. Que encontrei um amigo que disse coisas revolucionárias! E passei a segui-lo.

Hoje conserto a bobagem que fiz. Não vou mais sofrer com isso. Estou aflito e, no meu coração não encontro perdão.

De madrugada, levei os homens para onde ele estava. O beijei e, naquele momento, vi seu olhar de compaixão para  comigo. Daqueles olhares que vi ele tendo por ladrões, samaritanos, publicanos e prostitutas. Parece que ele queria me dizer alguma coisa. Nunca vou saber. Não porque ele não quer, mas porque acho que não mereço.

Acabei de saber que o condenaram a morte. Meu Deus! O que fiz? A culpa foi toda minha! Não quis aquele dinheiro maldito. E mesmo assim minha culpa não vai embora.

Estou indo acabar com minha vida. Que minha história não seja lembrada. E que o mestre se livre da condenação. Não sei se ele é aquilo que diz ser. Não consigo acreditar naquelas palavras. Vou resolver do meu jeito.

Perdão mãe. Te amo.
Seu filho, Judas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário