sexta-feira, 27 de junho de 2014

Da magia à esperança

Procurávamos há bastante tempo aquele sinal. Finalmente o resultado de várias noites debruçado sob os pergaminhos. Profecias que falavam da chegada daquele nascido para reinar.  Era uma estrela intensa e brilhante. Tinha a aparência de uma lua cheia.

Rapidamente preparamos nossos jumentos, carregamos mantimentos e partimos para uma viagem cheia de incertezas. Mas o que encontramos foi a mais maravilhosa experiência de nossas vidas.
Seguimos aquela estrela até chegar a Jerusalém. Lá, solicitamos uma audiência com o governador Herodes, que se mostrou interessado demais. Tivemos ajuda dos lideres religiosos, que nos auxiliaram a decifrar as profecias e indicava o nascimento do messias para Belém, uma cidadezinha sem importância.

No caminho, novamente fomos guiados por aquela estrela. Parecia um sinal. Como se o próprio Deus quisesse que encontrássemos aquela criança.

Chegamos a uma casa e encontramos a mãe com a criança no colo. Quando vi aquele bebê me derramei em lágrimas. Prostrei diante dele. Não me contive e pedi para pegá-lo. Compreendi que, aquelas profecias não eram apenas sobre um rei. Era o próprio Deus encarnado diante de nós. O salvador que daria esperança a humanidade.


Foram horas agradáveis em conversa com Maria e José. Eles nos contaram com detalhes tudo o que havia acontecido com eles. Ao final da conversa, entregamos os presentes: ouro, incenso e mirra. Nos despedimos e seguimos nosso caminho, com nossos corações maravilhados por ter contemplado o messias, o milagre de Deus para todos nós.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Carta de Despedida

O que acabei de fazer hoje não tem volta. 

Tudo foi planejado e executado com perfeição. Sem alarde, sem suspeitas. Não sei se ele percebeu. 
Perdão à minha família. Não vou mais ver vocês. Mãe, certa vez disse a você que estava saindo de casa pra mudar o mundo, torna-lo melhor. Que encontrei um amigo que disse coisas revolucionárias! E passei a segui-lo.

Hoje conserto a bobagem que fiz. Não vou mais sofrer com isso. Estou aflito e, no meu coração não encontro perdão.

De madrugada, levei os homens para onde ele estava. O beijei e, naquele momento, vi seu olhar de compaixão para  comigo. Daqueles olhares que vi ele tendo por ladrões, samaritanos, publicanos e prostitutas. Parece que ele queria me dizer alguma coisa. Nunca vou saber. Não porque ele não quer, mas porque acho que não mereço.

Acabei de saber que o condenaram a morte. Meu Deus! O que fiz? A culpa foi toda minha! Não quis aquele dinheiro maldito. E mesmo assim minha culpa não vai embora.

Estou indo acabar com minha vida. Que minha história não seja lembrada. E que o mestre se livre da condenação. Não sei se ele é aquilo que diz ser. Não consigo acreditar naquelas palavras. Vou resolver do meu jeito.

Perdão mãe. Te amo.
Seu filho, Judas.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Da Frigideira para o Fogo

Dia estranho e maravilhoso hoje!

Acordei com batidas na porta e rapidamente descobri que eu e meus amigos tínhamos uma audiência com o rei.


Imaginava que isso iria acontecer. Afinal, fizemos um pacto que correríamos o risco juntos e pensava que aquele seria o fim.

Confesso que não tive a coragem de meu amigo. Ele disse duras verdades ao rei e só piorou a situação. Acho que depois de hoje não terei mais esse medo de falar!

Ouvimos nossa sentença perante um rei furioso. Mas nos mantivemos firmes! Fomos conduzidos ao nosso destino. Fiquei triste porque pessoas morreram antes de nós apenas para cumprir uma ordem do rei.

Foram momentos de angústia. Por um instante, pensei em voltar atrás. Mas sabia que precisava continuar caminhando em direção a nosso destino.

Trêmulos, continuamos em frente. Era uma sensação de morte. Uma pequena fagulha daquilo que deve ser o inferno. Fomos jogados em direção aquela fornalha. Fechei meus olhos, esperando meu corpo ser queimado e ao mesmo tempo preocupado quando não ouvi mais meus amigos. Seria uma morte rápida e silenciosa!

De repente, ouvi uma voz dizendo: Filho, não temas! Eu estou com vocês! Abri meus olhos acreditando que estava no céu. Mas quando olhei, havia fogo por todos os lados. Vi meus amigos.Vivos! Corri para os abraçar. E, nessa hora apenas, percebi que não estávamos sozinhos. Uma doce presença tomou conta daquele lugar. Seu nome? Maravilhoso.

Dentro daquela fornalha, aquele homem nos falou de coisas grandiosas do passado e do futuro. Algo que guardarei no íntimo do meu coração.

Nesse momento ouvi alguém nos chamando: Era o próprio rei! Nos tiraram daquele lugar horrível e descobrimos que não fomos os únicos que haviam visto aquele homem na fornalha. Milagres aconteceram naquele lugar! E na vida do rei. E também na nossa.

Quanto a nós? Ganhamos vestes novas e limpas e fomos promovidos. Agora somos autoridades nesse reino.

Já é noite. E confesso que, ao lembrar de tudo que aconteceu, não consigo dormir. Mas nunca vou esquecer do rosto daquele homem. E sua suave voz dizendo: Não temas!

Mesaque

Babilônia.