terça-feira, 6 de maio de 2014

Ruína dos Porcos


Não sei como começou. Deixei levar. Enganado pela promessa de uma felicidade vã.
Tudo ficou diferente. Fui tomado por um vazio, um frio, sensação de morte.

Aos poucos, meus pensamentos foram enveredados por lembranças horríveis! Coisas que nem ouso repetir. Sufocado pela dor e pelo desespero. Enxergava apenas um lago de fogo ardendo em minha volta. Ouvia gritos. Eram homens e mulheres que clamavam por algo que não mais podiam ter.

Perdi o controle sobre minha mente e sobre o meu corpo. Me prenderam, me humilharam, zombaram de minha condição. Minha família me abandonou. Busquei a morte e não a encontrei! Dia e noite gritei e clamei nos sepulcros, onde fiz minha morada. Machucado, aflito, cego e nu.

Mas, eis que em uma manhã, olho para o mar e vejo um barquinho. De lá saiu uma luz muito forte. Corri em sua direção, pois já há muito tempo não via nenhum brilho, só trevas. Aproximei-me e ouvi uma voz tão doce, que dizia: Não temas! 

Aquele momento foi como renascer. Uma paz inundou minha alma e toda aquela aflição se dissipou. Fui tomado por uma alegria indescritível. 
Mas quando olhei para o lado, vi porcos. Centenas deles caindo pelo precipício como loucos. Foi aí que percebi que estava exatamente como eles, sem direção, rumo ao precipício.

Ao ver aquela cena, chorei! Poderia ser eu! Mas aquele homem mudou minha vida e minha história. De repente vi que ele não estava sozinho naquele barco. Me deram roupas, calçado, comida...Recuperaram minha dignidade!
Em um momento de ímpeto, entrei naquele barco, pois nunca mais queria me afastar daquela luz. Ele não deixou. Mandou que eu voltasse para os meus. Que eu proclamasse por toda a cidade quem era aquela luz. E o seu nome era Jesus.

Agora grito, não mais de dor. Mas proclamo em cada canto, que encontrei o salvador. E sigo meu caminho, sabendo que nunca mais serei vítima daquele que provocou a ruína dos porcos. Infelizmente, eles não serão suas últimas vítimas.

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